[Resenha] Se eu ficar - Gayle Forman

Nome do livro: Se eu ficar

Autor(a): Gayle Forman

Editora: Novo Conceito

Nº de Pág: 224

Classificação: 

Sinopse: Depois do acidente, ela ainda consegue ouvir a música. Ela vê o seu corpo sendo tirado dos destroços do carro de seus pais – mas não sente nada. Tudo o que ela pode fazer é assistir ao esforço dos médicos para salvar sua vida, enquanto seus amigos e parentes aguardam na sala de espera... e o seu amor luta para ficar perto dela. Pelas próximas 24 horas, Mia precisa compreender o que aconteceu antes do acidente – e também o que aconteceu depois. Ela sabe que precisa fazer a escolha mais difícil de todas. 

Esse livro já fazia parte de meus desejados, mas confesso que fui sempre deixando para depois e o depois virou nunca, rs. Daí a Editora Novo Conceito resolveu relançar, alterou a capa - o que ameeeei - e, mês que vem, teremos a adaptação dele para o cinema. Pronto, preciso dizer que li no mesmo dia em que chegou aqui em casa?

"Se eu ficar" conta a história de Mia, uma adolescente de 17 anos que tem a vida e a família que qualquer um pediu a Deus. Seu pai é um ex baterista de uma banda de punk rock, sua mãe uma amante do estilo e seu irmão Teddy, que tem 7 anos, está seguindo os passos do pai. Ocorre que, Mia tem um gosto musical um tanto quanto diferente do restante de sua família, ela é apaixonada por música clássica e toca violoncelo.

A paixão pela música a impulsionou a conhecer Adam, um garoto 1 ano mais velho que ela, mas que fazia a mesma aula de música durante o ensino médio. Adam era a sensação das garotas, mesmo porque, era vocalista em uma banda de porão que agora estava deslanchando.

Numa manhã em que a neve cobria 3cm das ruas e estradas, fora decretado feriado. Estando todos de folga, fizeram planos de visitar um casal de amigos e os avós. Porém, no caminho, um caminhão bate no carro em que eles estavam, matando instantaneamente a mãe e o pai dos irmãos. Mia e Teddy, gravemente feridos, são levados a hospitais diferentes.

Mia está fora de seu corpo, consegue ver e ouvir a todos que estão em sua volta e vai onde seu corpo é levado. Embora não sinta dores físicas, ela descobre que é ela quem dá as cartas por alí, devendo escolher entre partir com sua família ou permanecer em um mundo onde eles não mais existem.

"-Não duvidem nem por um minuto que ela consegue ouví-los - diz ela. - Ela tem consciência de tudo o que está acontecendo. (...) - Vocês podem achar que são os médicos ou as enfermeiras ou todos esses equipamentos que controlam o show - diz ela, gesticulando na direção dos aparelhos. - Nã-não. É ela quem controla o show. Talvez, ela esteja só esperando a hora certa. Por isso, conversem com ela. Digam que pode usar o tempo que for necessário, mas que volte, porque estão esperando por ela."

"E é enquanto reflito sobre isso que penso sobre o que a enfermeira disse. É ela quem comanda o show. E, de repente, entendo a pergunta que vovô fez à vovó. Ele também tinha ouvido o que a enfermeira disse. E compreendeu a mensagem antes de mim.
Se eu ficar. Se eu viver. A escolha é minha."

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Não demorei 30 minutos para pegar esse livro na mão após a caixa da Editora ter chegado aqui em minha casa, e não me arrependo. Muito embora eu o tenha terminado frustrada, o livro trouxe muitas reflexões do que realmente vale a pena na vida, do que é felicidade e do que é uma família unida. 

O livro intercala o presente, enquanto Mia vê tudo que acontece com seu corpo físico e com quem está junto a ele e flashbacks relacionados aos momentos em que está vivendo de forma a nos apresentar sua história até aquele momento.

O livro todo acontece em menos de 24 horas e ao contrário do que vocês possam pensar e do que o trailer do filme está deixando claro, imaginei o livro bem mais dramático. Eu que sou uma manteiga, não cheguei a chorar.

Fiquei em êxtase pelo conteúdo musical contido no livro, diversos momentos são regados à muita música clássica, um estilo que aprendi a gostar com a maturidade e que, portanto, me ajudou a incorporar e dar vida à leitura. Criei uma playlist com as músicas citadas pela Mia, quem quiser conhecer, basta clicar aqui.

Me apaixonei muito mais pela amiga da protagonista do que por ela em si, a Kim é madura, sensata e fala as coisas certas na hora certa, me ganhou. Os pais da Mia são um sonho, literalmente, rs, compreensivos demais, chegam a ter atitudes mais hipongas que de um  típico casal rockeiro; cabelo comprido, parto natural, extremamente liberais, só podem soar como pais utópicos.

Já o Adam só me ganhou no final, ao contrário dos avós de Mia, que desde o começo me pareceram aquele casal de velhinhos fofo de cabelinhos brancos e mirradinhos que não se desgrudam. Me emocionei horrores quando eles dão as mãos e partem para enfrentar a trágica situação, de modo que transmitiram, claramente, aquele apoio que esperamos ter de nosso(a) companheiro depois de uma vida inteira compartilhada.

Teddy é uma graça, espirituoso, me peguei rindo com muitas de suas frases. O relacionamento dos irmãos é invejável, o desejo de todos os pais e mães.

Se ela escolheu ficar ou não, não posso lhes adiantar. Espero que leiam, e o motivo de minha frustração não tem nada a ver com a qualidade, mas sim, com o que de fato aconteceu ou não aconteceu, rs. Uma opinião completamente subjetiva e que vocês podem achar exatamente o contrário.

Ela deve ficar e viver "sozinha", sofrer todos os dias por não mais sentir o cheiro, ouvir e tocar as pessoas que mais amava, mas ter a chance de conhecer o que o futuro reserva a ela, ou partir e talvez, estar com aqueles que ama? O que você faria?

Espero que leiam e me contem o que esperam e do que gostaram!