{Resenha} As cores do entardecer - Julie Kibler

Nome do livro: As cores do entardecer

Autor(a): Julie Kibler

Editora: Novo Conceito

Nº de Pág: 345

Classificação: 

Sinopse: A sonhadora Isabelle e o determinado Robert desejavam, com todas as suas forças, se entregar à paixão que os unia. Mas uma jovem branca e um rapaz negro não poderiam cometer tamanha ousadia em plena década de 30, em uma das regiões mais intolerantes dos Estados Unidos, sem pagar um preço muito alto.Diante dos ouvidos atentos da cabeleireira Dorrie, a história do amor trágico e proibido se desdobra, enquanto mudanças profundas se instalam em sua própria vida.Com personagens humanos e, por isso mesmo, memoráveis, “As Cores do Entardecer” mostra que as relações afetivas muitas vezes são mais profundas que os laços de sangue. A cada etapa da viagem de Isabelle e Dorrie, as lições sobre otimismo e fé se multiplicam.

As cores do entardecer é uma história muito delicada e profunda, do tipo que é preciso estar atento para perceber a sutileza da mensagem que a autora pretende transmitir. Sem receio de mostrar as facetas mais profundas da personalidade humana, a história tem início com  Miss Isabelle, uma senhora de 90 anos e sua cabeleireira e amiga de confiança Dorie, nos tempos atuais, e é intercalado por capítulos que contam a tumultuada juventude de Miss Isabele no final dos anos 30.

Miss Isabelle cresceu em uma família de classe média alta, seu pai era médico e sua mãe extremamente ocupada em manter o status da família, principalmente no que diz respeito a reputação da filha, a quem ela educava apenas para ser uma ótima esposa de marido rico, enquanto os dois filhos mais velhos poderiam fazer o que bem entendessem.

Eles viviam numa cidade extremamente conservadora e preconceituosa, na qual os negros não podiam morar e nem mesmo circular após o entardecer, ou seja, eram aceitos apenas para realizar os trabalhos menos nobres durante o dia. 

Era o que acontecia com os Prewits, família de Cora, Nell e Robert, que trabalhava para a família de Isabelle. Nell e Isabele brincaram juntas por toda a infância, até que na adolescência a mãe de Isabelle exigiu que elas se comportassem como patroa e criada. Robert sempre foi muito inteligente e sonhava em se tornar médico, motivo pelo qual o pai de Isabelle sempre o auxiliou com os estudos, ensinando o juntamente com Isabelle, e o contratando para pequenos serviços braçais.

Assim a convivência de Isabelle com os Prewits sempre foi natural, ela os conhecia como pessoas, suas qualidades acima da cor de suas peles, e conseguia seguir com sua vida voluntariamente ignorando as limitações que o preconceito impunha a estas amizades. Até o dia em que se descobriu apaixonada por Robert e o curso de sua vida mudou definitivamente.

Como dois jovens sonhadores e apaixonados, os dois acreditaram que poderiam driblar a família de Isabelle e superar a intolerância da sociedade, mas não imaginavam as armadilhas que iriam enfrentar, quanta dor e sofrimento teriam de passar, sem qualquer garantia de um final feliz.

Enquanto mergulha na história de Miss Isabelle, Dorie passa por seus próprios conflitos familiares e amorosos, separada e mãe de dois filhos, Dorie já passou por sua cota de desilusões e tem dificuldade em acreditar que pode existir um homem bom para ela, em quem ela pode confiar, e reluta para deixar seu namorado Teague entrar na sua vida.

A convivência entre assa duas gerações, de Miss Isabelle e de Dorie, traz grandes lições de vida, daquelas que são passadas de avós para os netos. Pois mesmo com histórias tão diferentes é possível encontrar pontos que se assemelham, principalmente no que diz respeito ao preconceito racial, que mesmo em momentos tão distintos da história continuou a existir, apenas de maneira menos ostensiva.

E é assim, com a calma de quem escuta uma boa história contada pela avó, que este livro deve ser lido, com atenção aos ensinamentos que só quem já viveu muito pode passar, e como bônus fica uma linda história de amor com final surpreendente.