Sinopse: Resolvendo o crime. Uma expressão facial por vez. O ano letivo de Colin Fischer acabou de começar. Ele tem cartões de memorização com expressões faciais legendadas, um desconcertante conhecimento sobre genética e cinema clássico e um caderno surrado e cheio de orelhas, que usa para registrar suas experiências com a MUITO INTERESSANTE população local. Quando um revólver dispara na cantina, interrompendo a festinha de aniversário de uma das garotas, Colin é o único que pode investigar o caso. Está em suas mãos provar que não foi Wayne Connelly, justamente aquele que mais o atormenta, que trouxe a arma para a escola. Afinal de contas, a arma estava suja de glacê, e Wayne não estava com os dedos sujos de glacê…
Definitivamente protagonistas com síndrome de Asperger deixam o livro interessantíssimo. Depois de ler Passarinha e agora este, quero procurar mais leituras com personagens que tenham esse tipo de autismo. Você não deve estar entendendo nada, né? Calma que eu vou explicar.
Colin Fischer tem 14 anos e, como os aspergers, apresenta dificuldade de relacionamentos sociais e uma capacidade ímpar para uma habilidade específica - no caso dele, Matemática. Não gosta de barulhos, contato físico e alimentos moles; mantém seu quarto rigidamente organizado de acordo com seus próprios padrões, mesmo que ninguém entenda; não expressa emoções e precisa consultar seu Caderno para identificar a expressão facial de alguém no seu catálogo de emoções. Aliás, esse Caderno é grafado com letra maiúscula de tão importante que é, ali estão anotados fatos e pensamentos dele e do mundo ao seu redor desde a infância. E qualquer um que ousar sujar ou escrever ali vai ser mal visto.
Toda vez que ele percebe um fato curioso, faz uma anotação no caderno seguida da palavra INVESTIGAR. Ele quer saber o porquê do que acontece ao seu redor e confirmar se suas teorias são válidas ou não.
Seus pais tentam tratá-lo da melhor forma possível, respeitando sua rotina e preferências. Mas o irmão mais novo é complicado; além de não entender muito bem o problema de Colin, fica implicando e se fazendo de vítima, comparando o tratamento diferenciado dos pais entre os dois filhos.
Por ter a Síndrome de Asperger, Colin sofre bullying de seus colegas de escola, com aquelas brincadeiras idiotas típicas dos filmes norte-americanos, como ter a cabeça enfiada na privada. E é justamente o menino que mais o sacaneia que se vê na maior enrascada, sendo acusado de disparar uma arma na cantina. Pelas pistas que ficaram e pelas suas observações anteriores, nosso protagonista tem certeza de que a acusação é injusta e vai fazer de tudo pra provar sua teoria, mesmo que ninguém lhe dê créditos. Sua motivação nada tem a ver com o coleguinha cruel, mas é um desafio pra ele solucionar o mistério.
O livro é todo narrado em 3ª pessoa, exceto no início de cada capítulo, onde vemos Colin narrando algum fato científico ou histórico para introduzir o assunto daquela parte. Mesmo na narrativa impessoal, o narrador-observador vai a fundo e identifica as neuras e manias do personagem, inclusive com notas de rodapé. Ao todo são 35, que explicam um fato específico (histórica ou cientificamente) que foi citado no decorrer do assunto, mas não cabe aprofundamento no momento.
Adorei a capa. Tem essa mistura de foto + desenho, mas o que mais me encantou foram as carinhas ao fundo, reproduzindo o mapa de expressões que Colin fez em seu Caderno (retratado na 4ª capa). Há, ainda, verniz localizado nos óculos e no título. No começo de cada capítulo também tem uma dessas carinhas que Colin desenha. O legal é que, toda vez que um sentimento é descrito, ele vem em letras maiúsculas com uma fonte especial, como se fosse a anotação correspondente à expressão. E as anotações no caderno também vem diferenciadas em fonte e tamanho.
Os autores - sim, são 2, e achei uma ótima parceria - foram muito felizes ao retratar um autista com suas características tão típicas. Pelos olhos de Colin, enxergamos a inocência de um menino que tem dificuldades de reconhecer uma ironia e sempre acha que pode ajudar com suas longas explicações detalhadas sobre um determinado assunto. Entendemos também a reação de gritos e agressões que ele tem ao ter seu espaço pessoal invadido ou ser provocado.
Vale muito a pena a leitura - pela história, pela síndrome, pelo prazer em entender o desconhecido. Super recomendo.
Colin Fischer tem 14 anos e, como os aspergers, apresenta dificuldade de relacionamentos sociais e uma capacidade ímpar para uma habilidade específica - no caso dele, Matemática. Não gosta de barulhos, contato físico e alimentos moles; mantém seu quarto rigidamente organizado de acordo com seus próprios padrões, mesmo que ninguém entenda; não expressa emoções e precisa consultar seu Caderno para identificar a expressão facial de alguém no seu catálogo de emoções. Aliás, esse Caderno é grafado com letra maiúscula de tão importante que é, ali estão anotados fatos e pensamentos dele e do mundo ao seu redor desde a infância. E qualquer um que ousar sujar ou escrever ali vai ser mal visto.
É por isso que confio na matemática e não nas pessoas. A matemática possui melhores decisões.
Toda vez que ele percebe um fato curioso, faz uma anotação no caderno seguida da palavra INVESTIGAR. Ele quer saber o porquê do que acontece ao seu redor e confirmar se suas teorias são válidas ou não.
Seus pais tentam tratá-lo da melhor forma possível, respeitando sua rotina e preferências. Mas o irmão mais novo é complicado; além de não entender muito bem o problema de Colin, fica implicando e se fazendo de vítima, comparando o tratamento diferenciado dos pais entre os dois filhos.
Por ter a Síndrome de Asperger, Colin sofre bullying de seus colegas de escola, com aquelas brincadeiras idiotas típicas dos filmes norte-americanos, como ter a cabeça enfiada na privada. E é justamente o menino que mais o sacaneia que se vê na maior enrascada, sendo acusado de disparar uma arma na cantina. Pelas pistas que ficaram e pelas suas observações anteriores, nosso protagonista tem certeza de que a acusação é injusta e vai fazer de tudo pra provar sua teoria, mesmo que ninguém lhe dê créditos. Sua motivação nada tem a ver com o coleguinha cruel, mas é um desafio pra ele solucionar o mistério.
Ocorreu a Colin que qualquer mapa social que pudesse ter feito quando criança na pré-escola seria muito diferente do que imaginava agora. Na verdade, os rótulos, relações e grupos que identificara - toda a sua taxonomia - podiam ser totalmente mutáveis. A percepção reforçou a convicção de Colin de que precisava de um método concreto e eficiente para identificar tudo.
O livro é todo narrado em 3ª pessoa, exceto no início de cada capítulo, onde vemos Colin narrando algum fato científico ou histórico para introduzir o assunto daquela parte. Mesmo na narrativa impessoal, o narrador-observador vai a fundo e identifica as neuras e manias do personagem, inclusive com notas de rodapé. Ao todo são 35, que explicam um fato específico (histórica ou cientificamente) que foi citado no decorrer do assunto, mas não cabe aprofundamento no momento.
Adorei a capa. Tem essa mistura de foto + desenho, mas o que mais me encantou foram as carinhas ao fundo, reproduzindo o mapa de expressões que Colin fez em seu Caderno (retratado na 4ª capa). Há, ainda, verniz localizado nos óculos e no título. No começo de cada capítulo também tem uma dessas carinhas que Colin desenha. O legal é que, toda vez que um sentimento é descrito, ele vem em letras maiúsculas com uma fonte especial, como se fosse a anotação correspondente à expressão. E as anotações no caderno também vem diferenciadas em fonte e tamanho.
A expressão mudou rapidamente ao vê-los, de PREOCUPADA para CONFUSA e para... bem, Colin não tinha certeza, mas parecia um pouco com DIVERTIDA.
Os autores - sim, são 2, e achei uma ótima parceria - foram muito felizes ao retratar um autista com suas características tão típicas. Pelos olhos de Colin, enxergamos a inocência de um menino que tem dificuldades de reconhecer uma ironia e sempre acha que pode ajudar com suas longas explicações detalhadas sobre um determinado assunto. Entendemos também a reação de gritos e agressões que ele tem ao ter seu espaço pessoal invadido ou ser provocado.
Vale muito a pena a leitura - pela história, pela síndrome, pelo prazer em entender o desconhecido. Super recomendo.
Recebi esse livro e não senti um pingo de interesse, mas após ler a sua resenha, mudei de opinião, então, obrigada! Hahaha! A capa foi muito bem trabalhada, é verdade :)
ResponderExcluirClara
@clarabsantos
clarabeatrizsantos.blogspot.com
Amei, Giulia! Já estava na minha lista de desejados e sua resenha só veio atiçar ainda mais minha curiosidade.
ResponderExcluirDepois de Passarinha eu tb fiquei com vontade de ler mais sobre a Síndrome de Asperger. Assim como Caitlin, Colin tb tem dificuldades em entender expressões faciais e emoções, próprio do autismo de que são portadores. Isso cria situações engraçadas no livro, mas as dores que podem infligir a quem tem a dificuldade... nossa! ME emocionei muito com o isolamento social da Caitlin e sua luta para ser aceita. Imagino o mesmo para Colin, ainda mais difícil por estar na adolescência...
Pra ler já!
Beijo!
Ler para divertir
é um dos poucos da NC que mesmo com um enredo legal acabaram por não me atrair
ResponderExcluirhttp://felicidadeemlivros.blogspot.com.br/
Olha eu estou tentando ler tudo o que se refer à síndrome de Asperger, autismo e disfunções de comportamento social, pois tenho um sobrinho com algumas características e que está fazendo terapias de interação com o meio. E para mim toda e qualquer leitura desse tipo tem sido de muita importãncia. Ainda não li esse, mas mesmo sendo uma obra de ficção não tira os méritos de aprendizado com esses indivíduos que requerem muita atenção!
ResponderExcluirOi Giulia! Meu interesse pelo livro era mínimo mas sempre quis ler algo que retratasse a situação dos autistas e essa me pareceu uma boa proposta. Ainda não tive a oportunidade de ler Passarinha mas só ouço elogios, há também um recente lançamento da Intrínseca, O que me faz pular, que trabalha no mesmo tema mas é verídico e escrito pelo próprio menino. Vou adicionar Colin Ficher na minha lista de leituras. Não tinha reparado nas carinhas da capa mas achei-a linda =D
ResponderExcluirBeijos, Greice.
diariodaalvorada.blogspot.com.br