Oieee
Este é o primeiro post de quotes que estou fazendo, meio que como um teste... Se vocês gostarem, prometo trazer mais!
"Quando Julieta nasceu e nos disseram que tinha síndrome de Down, minha dor veio em forma de nostalgia. Uma doce nostalgia das entranhas, da minha filha. Onde estaria a menina que eu imaginara toda a gravidez?"
"É como ouvir falar muito sobre alguém que não conhecemos (o namorado de uma amiga, o chefe do marido, o avô de uma colega de trabalho). Sem querer, criamos uma imagem dessa pessoa. O rosto, a cor do cabelo, o tipo de voz e até a personalidade. Depois, quando finalmente a conhecemos, é raro que a imagem que criamos coincida com a realidade".
"Claro que eu sabia que a síndrome de Down não pode ser alterada, que não tem cura, mas o poder da negação é forte (...) Nós nos aferramos à idéia de que a ciência nos presenteará com uma solução depois de amanhã, simplesmente porque o nosso filho nasceu hoje." (Pág 10/11).
"Em outros momentos no entanto, algo dentro de nós parece louco para nos convencer de que isso não nos afeta tanto (...)" (Pág 11).
"Os dias desfilavam na tênue fronteira que separa uma mãe dolorida, alguém que enfrenta o futuro com uma raiva paralisante, de uma mãe nostálgica, mas disposta a vencer tal situação. E essa tênue fronteira estava nas coisas mais simples, na primeira gargalhada ou nos primeiros passos da sua filha, nas palavras certeiras ou carinhosas de uma amiga, num marido com quem podemos dividir tudo (e que desde o princípio compreendeu melhor a situação), ou na certeza de que, no fundo, a realidade não tem tanta importância e nossa percepção é que interessa ("o pior inimigo", li em algum lugar, "não é aquele contra quem lutamos, que está fora de nós, e sim a exaltação que fazemos dele na nossa mente")." (Pág 11).
"No princípio, abre-se um abismo entre pais e ele, começar a amar é muito complicado... E não ser capaz de amar quando somos obrigados a fazê-lo é algo espantoso." (Pág 12).
"Porque essa menina foi enviada a mim, e não a Elena e Cristina de Bourbon, ou a Catherine Zeta-Jones?" (Pág 13)
"Ninguém em sã consciência aguentaria uma situação assim absurda. Perco a paciência. Por que negar que, nesse momento eu seria capaz de estrangulá-la?" (Pág 15)
"Todo o resto, o que vemos nos primeiros dias (os olhos puxados, ponte do nariz achatada, tônus muscular abaixo do normal, orelhas pequenas...ou seja, o que chamamos "fenótipo"), é uma ciência inexata." (Pág 19).
"No final, soprando a minha franja para enxergar melhor, eu dizia a mim mesma que o que acontece com os trevos-de-quatro-folhas também é um excesso de material genético: um cromossomo extra, uma folha extra" (Pág 20).
"E é em momentos assim, de dificuldade, que descobrimos quem realmente é essa pessoa em cujo nome atuamos." (Pág 21).
"Antes do nascimento de Julieta, eu me lembro de Daniel ter dito que não seria capaz de conviver com um filho com deficiência, que desmoronaria. (...) Mas hoje, ele mesmo diz que tomou as decisões mais importantes e valentes de sua vida em nome de Julieta." (Pág 21).
"Na vida, não podemos escolher mais do que duas ou três coisas, que não costuma ser as mais importantes. (...) a escolha da nossa atitude diante de coisas que não podemos alterar." (Pág 21).
"Há pouco tempo, li num manual que temos em casa que, no começo, os pais costumam trabalhar intensamente, e que isso acontece porque, no fundo, não conseguem amá-los" (Pág 54).
"Mas nenhuma delas se compara a ver Julieta na água. As vezes, a felicidade é uma cosquinha"
"Sem falar na ambição que temos incrustada no cérebro e nas carências que projetamos nos filhos.Queremos que eles sejam o que nunca fomos, que aprendam idiomas que não pudemos aprender, que toquem os instrumentos que nunca conseguimos tocar... E, claro, quando uma criança nasce com síndrome de Down, tudo se retorce..." (Pág 104).
"O difícil é aceitar que esse menino ou menina "imperfeito" tem nosso sangue!" (Pág 105).
“Talvez eu tenha escrito tudo isso para saber o que não sabia que sabia. Meu único objetivo era (e ainda é) atravessar a ponte e chegar ao território de Julieta, enxergando-a exatamente como ela é” (pág 149).
Espero que tenham gostado e que comentem bastante!
Beijos
Chrys
Espero que tenham gostado e que comentem bastante!
Beijos
Chrys
Adorei os trechos. Pode traze mais.
ResponderExcluirEu ainda não tive a oportunidade de ler esse livro, mas ele parece ser muito profundo e verdadeiro. Eu nem consigo imaginar a dificuldade que deve ser tratar de alguma criança com Síndrome de Dawn ou com outra doença igualmente complicada.
Livinha's Place (para acessar vá ao meu perfil, google está excluindo blogs que deixam seus links no fim dos comentários)
Minha sobrinha está louca para ler este livro.
ResponderExcluirBjs, Rose.
Ola, quantos quotes.. adorei
ResponderExcluirvou dizer um do livro que terminei hj
Agnus dei a idade do sangue
"... - Não quando estou sozinha. Quando estou só eu, eu não tenho que me preocupar com o que ninguém vai pensar. Eu vivo minha vida toda para os outros, porque eu não consigo me impedir de fazer isso. Mas quando eu estou só é...é muito bom. - o sorriso dela explicou para Lucas exatamente o que ela queria dizer. Ela gostava de ficar em paz. Gostava de não ser incomodada." - pag: 180
bjs
http://www.dailyofbooks.blogspot.com.br/
Gente, adorei os trechos. São bastante intensos!
ResponderExcluirOie!
ResponderExcluirNão conecia esse livro... Mas, gente, adorei os quotes. Parece ser uma história emocionante. Me interessei bastante e adorei esse tipo de post! :)
Beijos
uma graça os trechos! parece abordar bem a situação de pais que se veem diante de uma situação dessa! criam a imagem de um filho perfeito e quando nasce algo diferente veem a decepção!
ResponderExcluirAcredito que o livro seja um jeito de meditação, pois temos que aprender a nos adequar e amar as pessoas da forma que são!
parabens pelo blog
www.leituradeouro.blogspot.com
Gostei desses quotes, tive uma noção melhor da história. Ótima ideia.
ResponderExcluirAmo esses quotes que você posta aqui, Chrys! :)
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