Oieee Gente linda!
Hoje tem resenha de "O Livro de Julieta" da Autora Cristina Sanchez-Andrade.
Sinopse: Um biquíni
novo da Hello Kitty, um passeio de mãos dadas com os irmãos, uma piscina de
bolinhas, a chuva, a rotina... Para Julieta, a felicidade é isso. Já para sua
mãe, a jornalista espanhola Cristina Sánchez-Andrade, a felicidade é algo um
pouco mais complicado, principalmente depois que sua filha foi diagnosticada
com síndrome de Down. “Ela vai te fazer companhia a vida inteira”, “É um
presente de Deus”, “Você é forte, vai superar” - é tudo o que tem ouvido desde
então.
Numa sucessão
de memórias, bilhetes, cartas, diálogos, sonhos e impressões, este livro narra
a história real de Cristina e sua filha. É uma história de atividades, de
trabalho, de constância, de cobrança, de médicos. Mas é também uma história de
amor, de carinho, de brincadeiras, de beijos e de cócegas. É a história de uma
criança especial, mas é também a história do cotidiano de uma família, em que
desponta uma protagonista cativante. Julieta é uma exímia imitadora, tem medo
de guarda-chuvas abertos, admira a irmã mais nova e tem um relacionamento muito
próximo com o pai. É impossível não amá-la, mas, às vezes, quando ela insiste
em fazer xixi nas calças todos os dias ou toma detergente, é impossível não
perder a paciência.
Ao mesmo tempo
grave e divertido, leve e profundo, doce e mordaz, O livro de Julieta é,
acima de tudo, a tentativa de uma mãe de atravessar a distância que a separa de
sua filha e adentrar seu território, enxergando-a exatamente como ela é.
Bom, assim que eu vi a capa deste
livro e li a sinopse, eu sabia que teria que lê-lo.
Comprei com muita expectativa,
principalmente por ser um livro que possui como enredo a convivência de uma mãe
com uma filha portadora de Síndrome de Down.
A Capa é maravilhosa... PINK, com
florzinhas metalizadas e brilhantes. A Diagramação também é muito bonita, os
capítulos possuem títulos e subtítulos e também um desenho no canto superior
das páginas de abertura do capítulo. É lindo e caprichado!
Os capítulos são curtos, muitas
vezes ocupando apenas uma página e tendo os mais longos no máximo 3 páginas,
onde a história é contada como se fosse um diário de anotações, de lembranças e momentos importantes da vida de Cristina e Julieta!
O Livro é narrado pela própria
Autora, Cristina é casada com Daniel e
mãe de 5 filhos, tendo apenas Julieta nascido com deficiência.
Julieta nasceu em Março de 2003,
e sua doença fora descoberta apenas no momento de seu nascimento,
enquanto Cristina ainda estava na mesa de cirurgia. Apesar da idade um pouco
avançada, Cristina preferiu não fazer a amniocentese (exame que diagnostica a
síndrome de Down, dentre outras).
A partir daí, Cristina apresenta
suas experiências, no que eu chamaria de diário, trazendo ao leitor, passagens
com a filha contadas através de lembranças, sonhos e desabafos.
Cristina narra a dificuldade
física e psicológica que é ter uma filha (o) portadora desta doença.
"O difícil é aceitar que esse menino ou menina "imperfeito" tem o nosso sangue!"
Quando Cristina soube da doença,
logo após ver a filha, lançou-se no jardim do hospital à procura de um trevo de
quatro folhas como sinal de sorte e a indicação de erro dos médicos. Eles não estavam
errados!
"No final, soprando minha franja para poder enxergar melhor, eu dizia a mim mesma que o que acontece com os trevos-de-quatro-folhas também é um excesso de material genético: um cromossomo extra, uma folha a mais"
A Autora nos mostra a dor e o
choque que é receber uma notícia dessas após passar uma gravidez inteira
imaginando uma filha que não é aquela que nasceu.
“Quando Julieta nasceu e nos disseram que tinha Síndrome de Down, minha dor veio em forma de nostalgia. Uma doce nostalgia das minhas entranhas, da minha filha. Onde estaria a menina que eu imaginara durante a gravidez?”
“É como ouvir falar muito sobre alguém que não conhecemos (o namorado de uma amiga, o chefe do marido, o avô de uma colega do trabalho). Sem querer, criamos a imagem dessa pessoa. O rosto, a cor do cabelo, o tipo de voz e até mesmo a personalidade. Depois, quando finalmente a conhecemos, é raro que a imagem que criamos coincida com a realidade”.
Muitas passagens falam sobre a frustração e o medo
generalizado que é receber uma notícia dessas e também de contar às pessoas que
tem uma filha com essa doença.
"Quando temos
um filho com deficiência, escutamos muitas besteiras. Eis algumas delas:
— Tão pequena
e já sofrendo [de síndrome de Down]!
— Vai te fazer
companhia a vida inteira.
— Ah, sinto
muito, muito mesmo.
— Não se
preocupe, são crianças a vita inteira. Crescem, mas continuam sendo crianças….
— Que azar!
Com tudo o que já temos de enfrentar na vida, acontecer algo assim…
— Você ganhou
na loteria!
— Eles são
muito carinhosos…
— Quase não se
nota na sua filha. Só nos olhos. Existe uma operação muito simples para
disfarçar os olhos puxados. É muito comum entre os chineses. É fácil, e você
vai ver como fica ótimo!
— Você é
forte. Vai superar…
— Eles são um
presente de Deus.
Mas acima de tudo isso, Cristina fala de amor, de paciência, de dedicação, de missão de vida, de uma Julieta que adora luvas (de qualquer
espécie) e tem medo de guarda-chuvas aberto, daquela que tem uma incrível capacidade de
perdoar e é admiradora declarada da irmã mais nova, Inés.
Esta é uma história linda de uma
mãe e uma filha, superações e aceitações de situações que definitivamente não
irão mudar.
“Talvez eu tenha escrito tudo isso para saber o que não sabia que
sabia. Meu único objetivo era (e ainda é) atravessar a ponte e chegar ao
território de Julieta, enxergando-a exatamente como ela é” (pág 149).
Bom, agora vamos ao que achei do
livro?
Eu o li em pouquíssimos dias pois
tem apenas 149 páginas e algumas delas são compostas por apenas um parágrafo.
Eu o comprei sem ler nenhuma
resenha e sem indicações e por esta razão quando vi que seriam apenas algumas passagens,
lembranças, sem começo, meio e fim, me decepcionei um pouco, esperava mais conteúdo.
O livro foi esclarecedor em
relação à doença, mostrando situações embaraçosas que a mãe passou, seu
desespero em estar ou não fazendo a coisa certa e alguns momentos de desabafos
de uma pessoa, um ser humano com sentimentos como todos nós e que ainda assim se mostrou uma
excelente e paciente mãe.
Até para resenhar fica complicado
por não existir um elo, mas é um livro que nos faz pensar na vida, agradecer aos filhos perfeitos e nos questionar como seres humanos. Será que eu teria a força e a coragem que Cristina teve e tem?
Ficou curiosa (o) e quer ler um trecho do livro? então clique AQUI
Para este livro eu dou:
Espero que tenham gostado e que comentem bastante!
Beijos
Chrys